11.29.2011

Meditação

MEDITAÇÃO


por Dudjom Rinpoche



Uma vez que tudo se origina na mente, sendo esta a causa raiz de toda a experiência, seja "boa" ou "ruim", primeiro é necessário trabalhar com sua própria mente, não deixá-la se perder errantemente . Corte o desnecessário acúmulo de complexidade e fabricações que acolhem confusões na mente. Corte o problema pela raiz, por assim dizer.



Permita-se relaxar e sentir alguma amplitude, deixando apenas a mente ser, tranquilizar-se naturalmente. Seu corpo deveria ficar parado, a fala silenciosa e a respiração como ela é, fluindo livremente. Aqui, há uma sensação de se soltar, desdobrar-se, deixar-se ser.



Com o que este estado de relaxamento se parece? Você deveria ficar como alguém depois de um dia de trabalho muito duro, exausto e pacificamente satisfeito, a mente pronta para descansar. Algo se ajeita ao nível intestinal e sentindo o descanso em seu intestino, você começa a experimentar uma leveza. É como se você estivesse derretendo.



A mente é tão imprevisível - não há limite para a criação fantástica e sutil que surge, ou seus humores e aonde ela vai levar você. Mas você também pode experimentar um estado lamacento e semi-consciente à deriva, como se houvesse uma cobertura sobre sua cabeça - uma espécie de torpor de sonho. Este é um modo de quietude, nomeadamente estagnação, uma cegueira sem mente, turva.



E como você sai desse estado? Alerte-se, endireite as costas, expire o ar viciado para fora de seus pulmões e direcione sua atenção para o espaço claro a fim de trazer frescor. Se você permanecer nesse estado estagnado você não vai evoluir, por isso quando este revés surge, limpe-o de novo e de novo. É importante desenvolver a vigilância, permanecer alerta com sensibilidade.



Assim, a consciência lúcida de meditação é o reconhecimento tanto de imobilidade como de mudança e é a clareza tranquila de pacificamente permanecermos em nossa inteligência básica. Pratique isto, pois só realmente fazendo-o que se experiencia a fruição ou se começa a mudar.



Ver em Ação



Durante a meditação a mente de alguém, estando uniformemente estabelecida em seu próprio modo natural, é como água parada, serena, sem ondulação ou vento; e quando qualquer pensamento ou mudança surge naquela quietude, se forma como uma onda no oceano, desaparecendo nele novamente. Deixada naturalmente, se dissolve, naturalmente. Seja qual for a turbulência da mente que irrompa - se você deixar que assim seja - ela por si própria irá extinguir-se, liberar-se; assim a visão a que se chega através da meditação é que tudo o que aparece não é outra coisa senão a auto exibição ou projeção da mente.



Ao continuar na perspectiva dessa visão nas atividades e eventos da vida cotidiana, a apreensão da percepção dualista do mundo como realidade sólida, fixa e tangível (que é a causa raiz de nossos problemas) começa a afrouxar e se dissolve. A mente é como o vento. Ela vem e vai, e através de certeza crescente nessa visão, começa-se a apreciar o humor da situação. As coisas começam a ser percebidas um pouco como irreais, e o apego e a importância que se dá aos eventos começam a parecer ridículos ou pelo menos mais leves.



Assim desenvolve-se a capacidade de dissolver a percepção, ao continuar o fluxo da consciência de meditação na vida cotidiana, vendo tudo como o jogo auto-manifesto da mente. E imediatamente após a meditação sentada, a continuação dessa consciência é ajudada ao fazer aquilo que você tem que fazer com calma, tranquilamente, com simplicidade e sem agitação



Assim, em um sentido, tudo é como um sonho, ilusório, mas mesmo assim com humor continua-se fazendo as coisas. Se você estiver andando, por exemplo, sem solenidade ou auto-consciência desnecessários, alegremente caminhe em direção ao espaço aberto da verdade tal como ela é. Quando você come seja o reduto da verdade, do que é. Ao comer, alimente as negatividades e ilusões na barriga do vazio, dissolvendo-os no espaço; e quando você estiver urinando considere que todos os seus obscurecimentos e bloqueios estão sendo limpos e lavados.



Até o momento eu contei-lhes a essência da prática resumidamente, mas é preciso perceber que enquanto nós continuamos a ver o mundo de uma maneira dualista, até que estejamos realmente livres do apego e da negatividade e tenhamos dissolvido todas as nossas percepções exteriores na pureza da natureza vazia da mente, ainda estamos presos no mundo relativo de "bom" e "ruim", "ações positivas e negativas"; devemos respeitar essas leis e estar conscientes e responsáveis por nossas ações.



Pós-Meditação



Após a meditação sentada formal continue essa percepção luminosa e ampla nas atividades cotidianas, em tudo, e gradualmente a consciência será reforçada e a confiança interna irá crescer.



Levante-se com calma da meditação, não pule imediatamente ou com pressa, mas seja qual for sua atividade, preserve um leve sentimento de dignidade e equilíbrio e faça o que você precisar fazer com tranquilidade e relaxamento de mente e corpo. Mantenha a sua consciência centrada luminosamente e não permita que sua atenção se distraia. Continue esse encontro do fio da atenção plena e consciência, apenas siga o fluxo.



Ao caminhar, sentar, comer ou dormir, tenha um sentido de tranqüilidade e presença de espírito. Em relação a outras pessoas seja honesto, gentil e simples; geralmente seja agradável em seus modos e não se deixe arrastar por conversas e fofocas.



O que quer que você faça, de fato, faça de acordo com o Darma, que é a maneira de aquietar a mente e subjugar negatividades.

11.26.2011

father Death Blues

Father Death Blues


Hey Father Death, I'm flying home

Hey poor man, you're all alone

Hey old daddy, I know where I'm going



Father Death, Don't cry any more

Mama's there, underneath the floor

Brother Death, please mind the store



Old Aunty Death Don't hide your bones

Old Uncle Death I hear your groans

O Sister Death how sweet your moans



O Children Deaths go breathe your breaths

Sobbing breasts'll ease your Deaths

Pain is gone, tears take the rest



Genius Death your art is done

Lover Death your body's gone

Father Death I'm coming home



Guru Death your words are true

Teacher Death I do thank you

For inspiring me to sing this Blues



Buddha Death, I wake with you

Dharma Death, your mind is new

Sangha Death, we'll work it through



Suffering is what was born

Ignorance made me forlorn

Tearful truths I cannot scorn



Father Breath once more farewell

Birth you gave was no thing ill

My heart is still, as time will tell.





Allen Ginsberg

A você que está reclamando todo o tempo de não ter nenhum tempo”

A você que está reclamando todo o tempo de não ter nenhum tempo”


Por Sawaki Kôdô Rôshi



As pessoas se mantém ocupados só para evitar o tédio.



Todo mundo reclama que estão tão ocupados que não tem tempo nenhum. Mas porque eles estão tão ocupados? São apenas suas ilusões que os mantém ocupados. Uma pessoa que pratica zazen (meditação) tem tempo. Quando você pratica zazen, você tem mais tempo que todos do mundo.



Se você não for cuidadoso, você começará a fazer um grande escarcéu só para alimentar você mesmo. Você está constantemente com pressa, mas por que? Só para alimentar você mesmo. As galinhas também estão com pressa quando chegam às suas comidas. Mas por que? Apenas para ser comidas por humanos.



Quantas ilusões uma pessoa cria em sua vida? É impossível calcular. Dia vai, dia vem, “Eu quero isso, eu quero aquilo…” Uma simples volta no parque é acompanhada por 50 mil, 100 mil ilusões. Então é isso que significa estar “ocupado”. “Quero estar com você, quero chegar em casa, quero ver você…”



As pessoas estão constantemente sem ar – de correr tão rapidamente atrás de suas ilusões.



Você quer alcançar o nirvana para estar liberado da sua vida atual? Esta é a exatamente a atitude que é chamada de “transmigração”.



O desenvolvimento do transporte tornou o mundo menor. Agora corremos em carros, mas pra onde afinal? Para a corrida! Pisamos no acelerador, só pra matar tempo”.